A falta de recursos e oportunidades sócio culturais sofridas pela grande maioria da população de religiões de matriz africana, afro-brasileiras e espiritualidade afroreligiosa, gerados pelo preconceito social em face de sua identidade, comportamento e diversidade religiosa afasta seus membros e adeptos do convívio social cotidiano, iniciando este processo de exclusão já na infância. E com a falta de políticas públicas estratégicas e específicas e a inserção nos projetos sociais, esta população é afastada dia-a-dia do convívio sócio cultural brasileiro, aumentando cada vez mais o índice de: vulnerabilidade social e violência na região metropolitana de São Paulo. Vítimas do preconceito e da exclusão social, em razão do existir, e por não terem o direito de ir e vir, como qualquer cidadão comum, essas pessoas passam a habitar e conviver num submundo marginalizado, como se deixassem de ser seres humanos, levando uma vida, quase que, sub-humana, cheia de limites e restrições. E apesar de estarmos na maior Capital e mais desenvolvida da América Latina, a população de matriz africana, afro-brasileira e espiritualidade afroreligiosa ainda não possui nenhum tipo de serviço público específico e estratégico destinado a abranger às suas demandas e necessidades.
O ENCONATT - Encontro Nacional de Mulheres Transexuais e Travestis de Axé, busca estabelecer uma relação entre as práticas culturais e religiosas e a sócio educacional, bem como a sua utilidade e importância para os seus adeptos e membros. As religiões de matrizes afro-brasileiras são baseadas em princípios éticos – filosóficos que pode contribuir para a formação da sociedade, pois para a cosmovisão africana, ser humano e natureza são um único Ser. Desta forma, é possível para os membros e adeptos das religiões afro-brasileiras constituir o Ser múltiplo, consciente do seu papel na coletividade e ambientalmente sustentável. A desmistificação das religiões de matriz afro-brasileiras é necessária para o resgate identitário brasileiro e ações como a Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e dá outras providencias, poderá contribuir de forma significativa na superação deste desafio, pois, a escola será o local ideal para a promoção e respeito à sócio diversidade intrínseca a cultura afro-brasileira; e a constituição das pessoas na sociedade ocidental.
Procuramos então através do ENCONATT - Encontro Nacional de Mulheres Transexuais e Travestis de Axé consolidar uma campanha inovadora e de referência desenvolvendo um serviço de utilidade pública e específico dentro e fora dos Serviços Públicos do Estado de São Paulo e Órgãos Governamentais, centrado nas dificuldades e necessidades a que sofrem a grande maioria desta parcela da população paulistana, além de promover a arte e a cultura de forma diferente, onde pessoas estudiosas e devotas buscam difundir e desmistificar a cultura e as religiões de matrizes afro-brasileiras a um público diversificado em um evento cheio das tradições da crença e poesia desses costumes brasileiros. Contribuindo dessa maneira para que a visão sócio religiosa seja transformada com relação a estes segmentos, bem como, para o enriquecimento e difusão da produção cultural e da arte desenvolvida pela população de religiões de matriz afro-brasileira, a fim de possibilitar que a cultura se torne um real instrumento de tolerância e da transformação das pessoas e da sociedade.
São Paulo São Paulo
Horário: 09:00
Formato: Presencial
Tempo de duração: 24 horas
Contato cttsbrasil@gmail.com
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